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Microcrédito aos mais vulneráveis na Etiópia

 Microcrédito aos mais vulneráveis na Etiópia   POR-046
16 novembro 2023

O projeto-piloto do Global Solidarity Fund em Adis Abeba, lançado no final de 2020, em colaboração com um consórcio de congregações religiosas femininas e masculinas, coordenado pela arquidiocese, consegue colocar no mercado de trabalho muitas pessoas deslocadas internamente, migrantes “que voltaram” e refugiados de outros países africanos. Não apenas porque estão empregados em empresas da capital etíope, que se tornaram colaboradores do projeto, mas também porque abriram as próprias microempresas. Para os apoiar na abertura e no crescimento dos seus negócios, a rede intercongregacional assinou recentemente um acordo com dois bancos nacionais, o Hibret Bank e o Elebat Solution.

Supervisionado pelo Ministério do trabalho e habilidades da Etiópia, o memorando de entendimento prevê a implementação de um projeto inovador de inclusão financeira para migrantes e pessoas vulneráveis que vivem em Adis Abeba. O projeto fornecerá serviços de microempréstimos a grupos organizados de beneficiários. Os dois bancos nacionais fazem parte de um consórcio para implementar o projeto inovador Tila: um projeto inclusivo de três anos, com início em 2021, que visa apoiar 42.000 pessoas vulneráveis, incluindo mulheres na zona rural da Etiópia, pessoas deslocadas internamente, refugiados, jovens desabrigados e portadores de deficiência. O projeto é uma colaboração entre o Ministério do trabalho e habilidades da Etiópia e a Fundação MasterCard, realizado por cinco empresas locais.

Assinando o acordo do consórcio com o banco digital Elebat, no centro São Miguel, que abriga os escritórios da comissão sociopastoral da arquidiocese de Adis Abeba, na presença dos chefes das congregações envolvidas no projeto, estavam o responsável da comissão, padre Petros Berga, e Mulatua Teshome, que chefia o escritório de operações da Elebat Management and Technology Solution. Esse é um banco digital incluído na implementação do projeto Tila. Como explicou o padre Berga, o Tila, graças ao apoio de bancos locais como o Elebat e o Hibret, ajuda os beneficiários do projeto “que não podem fornecer garantias a um banco, por exemplo, para obter financiamento para seus negócios”, oferecendo-lhes estas garantias.

“Aqui na Etiópia muitas pessoas não têm emprego”, disse Mulatua Teshome, “e programas como o que iniciamos com este memorando poderão erradicar, pelo menos em parte, esse desemprego. Eles mudarão a vida de muitas pessoas”. A gerente do Elebat enfatizou que, além do financiamento de bancos como o dela, as pessoas vulneráveis que quiserem abrir as próprias microempresas receberão treinamento específico e apoio gerencial do consórcio intercongregacional. “Esta assinatura é uma ocasião importante”, comentou o padre Berga, “porque expandimos a nossa rede com outras entidades. E isso graças ao projeto Tila, que atua como intermediário entre os bancos e os beneficiários”.

No Ministério do trabalho e habilidades em Adis Abeba, num grande prédio ainda em construção, encontramos Biruktawit Belay, chefe de subsídios e parcerias da Job Creation Commission (Jcc). Gostaríamos de aumentar o projeto Tila porque ele criou empregos para as comunidades mais vulneráveis da nossa sociedade”, contou. Isso está de acordo com o compromisso do ministério de oferecer oportunidades de emprego para as nossas “comunidades vulneráveis, jovens, mulheres, refugiados, deslocados internos” e dar-lhes a oportunidade de “obter uma renda para sustentar as suas famílias, os seus filhos e se sentirem confortáveis, especialmente para os migrantes que estão num país tão novo para eles como a Etiópia”. E o projeto do Gsf e do consórcio intercongregacional “também está de acordo com a nossa estratégia”.

O projeto Tila, disse Teferi Tadesse, funcionário da Job Creation Commission, “é uma plataforma muito importante e comprovada para atender grupos marginalizados da sociedade”, para os quais oferece mentoria e formação contínua, e é por isso que “o governo e o nosso ministério, em particular, estão empenhados em ampliá-lo”. Temos muito potencial para fazer isso, concluiu, “porque vários parceiros se aproximam do projeto, especialmente novas instituições financeiras” dado que lhes permitirá ter muitas vantagens com os produtos de microcrédito.

#VoicesofMigrants

de Adis Abeba
Alessandro Di Bussolo