A missão educativa das irmãs do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora

Guiar a juventude ao encontro com Jesus de Nazaré

 Guiar a juventude  ao encontro com Jesus de Nazaré  POR-046
14 novembro 2024

Assumir a sinodalidade missionária como estilo de vida que gera novos modos de participação, animação e governo é uma das três escolhas prioritárias do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora traçada em 2021 durante o último capítulo geral, um tempo forte de verificação, reflexão e orientação para uma busca comunitária da vontade de Deus para o Instituto.

O valor que a sinodalidade assume no Instituto
das Filhas de Maria Auxiliadora

«A sinodalidade para nós é um elemento carismático pois, como Instituto, somos sinodais desde o nascimento. Entendemos a sinodalidade como um modo de ser e de agir, promovendo a participação de todas na missão educativa comum», disse a Vatican News madre Chiara Cazzuola, superiora-geral do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. Ela acrescentou que a “sinodalidade” é a expressão da espiritualidade de comunhão que tem o seu fundamento na Trindade e se concretiza na comunhão entre as irmãs e os jovens. A originalidade de Maria Domingas Mazzarello, como madre, educadora e cofundadora, consiste em ter colaborado para criar comunidades sinodais, ou seja, comunidades caraterizadas por trabalhar, rezar, viver e partilhar a vida e a missão «juntas».

A nossa missão entre os jovens

Madre Cazzuola sublinha: «Somos chamadas a animar e acompanhar, em contínuo discernimento, o crescimento vocacional de cada pessoa que nos é confiada». Neste sentido, acrescenta, o objetivo prioritário da missão educativa é guiar a juventude ao encontro com Jesus de Nazaré. Os próprios jovens, portanto, tornam-se protagonistas das propostas educativas. Eles pedem-nos para assumir novos estilos e novas estratégias para uma pastoral mais aberta e sinodal em resposta às suas expetativas.

«A missão educativa é confiada a toda a comunidade educadora — religiosos, leigos, jovens — e requer a convergência de múltiplas intervenções num projeto global de promoção que, por sua vez, exige a participação de várias vozes e em diferentes níveis de interação: eclesial, social, política. Dando centralidade aos jovens, a comunidade educativa está empenhada em tecer uma rede de solidariedade entre todos aqueles que acreditam e trabalham na missão educativa», observa madre Cazzuola.

Por isso, como ela sublinha, os métodos de intervenção pastoral devem ser procurados, testados e verificados no contexto em que se trabalha, para que sejam respostas às verdadeiras questões que emergem. Ser capaz de se coordenar harmoniosamente garante a sinergia de todos os recursos em volta do projeto comum, para além dos diferentes modos e organismos de animação. «A vida cresce e desenvolve-se se procurarmos juntos alimentá-la, trabalhando com otimismo e caridade pastoral e reforçando a comunhão com Jesus, verdadeira fonte da nossa comunhão», conclui a superiora-geral.

Gerir as inevitáveis
divergências e conflitos

«A caridade deve ser a força poderosa que estimula, anima, reúne tantas pessoas diferentes e as ajuda a superar os inevitáveis conflitos e pobrezas a todos os níveis. É necessário encontrar tempo e ter a oportunidade de se exprimir, de se escutar com atenção e respeito, mesmo e sobretudo quando o outro pensa de forma diferente», diz a Vatican News madre Yvonne Reungoat, superiora-geral emérita, perita e facilitadora da Assembleia sinodal. Ela acrescenta que esse confronto deve ser sustentado pela firme vontade de procurar o que une para que prevaleça sobre aquilo que divide. «As escolhas e decisões devem sempre amadurecer na reflexão e na oração».

Ser pessoas de comunhão
e reconciliação

Partilhando a sua experiência, madre Reungoat frisa que se chega à convergência e a ser pessoas de comunhão e de reconciliação, apesar da diversidade de pontos de vista, quando se avança no caminho do diálogo, da clareza, da hospitalidade recíproca, na consciência da necessidade de um processo contínuo de conversão do coração e da mente segundo o Evangelho.

«A discordância e o conflito não podem ser negados porque, quando são bem geridos, tornam-se preciosas oportunidades de crescimento para todos: provocam reflexão, aprofundamento, impelem-nos sempre a ir mais longe, a verificar se caminhamos realmente no sulco do carisma ou se corremos o risco de ficar fechadas numa rigidez de pensamento e presas nos nossos pontos de vista, embora sempre parciais», diz madre Reungoat. Sublinha que a «boa gestão do desacordo e do conflito pode ajudar-nos a fazer a passagem pascal do “eu” individualista para o “nós” comunitário/eclesial».

«Nunca devemos esquecer que somos uma comunidade para a missão», conclui a superiora-geral emérita das irmãs salesianas.

#sistersproject

Ausilia de Siena