A Casa de Nossa Senhora das Dores, em Fátima, acolhe até esta quinta-feira, dia 14 novembro a 210ª Assembleia plenária da Conferência episcopal portuguesa.
No discurso de abertura, na tarde de 12 do corrente mês o presidente da cep , D. José Ornelas, começou por recordar a recente «visita “ad limina”, onde fomos ao encontro do Papa Francisco e dos diferentes organismos da Cúria R«romana para analisarmos a situação da Igreja em Portugal, no contexto do percurso atual de toda a Igreja, em espírito de renovação sinodal. O ambiente acolhedor e fraterno, a capacidade de escutar, dialogar e propor, e a própria diversidade de interlocutores, onde se nota um significativo incremento de leigos e sobretudo de leigas, foram expressão de tempos de transformação que o caminho sinodal vem produzindo a todos os níveis da Igreja». Serão tratados também temas como a pastoral juvenil, a receção do documento final do Sínodo há pouco terminado. Especial destaque foi dado ao tema da proteção de menores e adultos vulneráveis. «Temos consciência de que a realidade dos abusos sexuais e os dramas das vítimas — prosseguiu D. Ornelas — que causaram não deixou indiferente nem a Igreja nem a sociedade. Há um caminho percorrido, marcado por etapas progressivas, desde a criação das Comissões diocesanas, passando pelo trabalho da Comissão independente, a Equipa de Coordenação nacional e, agora, do Grupo vita , onde se inclui o trabalho da prevenção, com diversas iniciativas de formações locais e dirigidas a grupos específicos. O processo de atribuição de compensações financeiras é, também, uma parte deste caminho que estamos a prosseguir, procurando ir ao encontro pessoal de cada uma das vítimas. Sabendo que ninguém pode pagar ou anular os dramas do passado, queremos que este seja um passo importante para o reconhecimento do mal que lhes foi infligido e de pedido de perdão, que contribuam para sarar feridas e afirmar a dignidade, contra a qual nunca alguém devia ter atentado».
Em relação ao próximo Jubileu, o presidente da cep espera que seja, «perante a situação sombria da humanidade», uma ocasião para «celebrar a “esperança”. Da perspetiva que anima os cristãos, não só existem motivos e possibilidades, mas há sobretudo necessidade e urgência de esperança como fundamento da criação de futuro. Os profetas de esperança e de mundos novos não surgem normalmente em tempos fáceis abastados e pacíficos, mas sobretudo em situações sombrias, difíceis, injustas e de grande sofrimento. Mas foram eles que reagiram à dor, à injustiça, ao sofrimento e ao desânimo, pagando, com suor e sangue, a coragem de sonhar mundos novos de liberdade, fraternidade e paz», concluiu.