Nossa Senhora da Mó
Situada no cume de um monte do qual se tem uma vista maravilhosa para o vale arouquense, no norte de Portugal, a capela de Nossa Senhora da Mó é imagem clara da fé popular. Para chegar ao cimo do monte, o visitante tem que percorrer uma estrada íngreme e estreita que rodeia o monte em forma de espiral.
A construção remonta, provavelmente, ao séc. xvi , apesar de ser difícil localizá-la com precisão no tempo; e a sua estrutura é, curiosamente, muito diferente de várias outras igrejas e santuários, tanto da época medieval quanto barroca: de traços de inspiração árabe e pedra robusta, a pequena capela sobre o monte é exemplo incontestável da beleza que reina na simplicidade.
Na sua fundação está a homenagem a Nossa Senhora, de quem toma o nome, que naquelas terras como narra a história, teria salvo um cristão da escravidão dos mouros. O mesmo, amarrado por uma corda e enjaulado numa caixa, coberta pela pedra de uma mó e pelo mouro que sobre ela se sentara, rezara incessantemente a Maria que milagrosamente o fez aparecer juntamente, com o mouro e a mó, junto da capela. Ouvindo o sino da capela e apercebendo-se que se encontrava num lugar religioso, o mouro liberta o homem cristão e pede-lhe perdão.
Nos dias de hoje, as pessoas de Arouca continuam a homenagear Nossa Senhora da Mó, advogada dos campos, das colheitas, dos animais e protetora contra as secas e trovoadas, reunindo-se, na noite de 7 de setembro, na “Casa da Ceia”, localizada junto da capela, e preparando um jantar de convívio, protagonizado pelo tradicional bacalhau. No dia seguinte, após a missa, a procissão marca um segundo dia de louvor à Mãe Celeste.